A observação de auroras vermelhas remonta à diversos períodos da história, embora seja difícil definir exatamente o tipo de aurora vermelha. Desde descrições como “caudas de faisão” no Japão do século VII até confundi-las com incêndios desde a Roma do século I até o século 19, contudo a ocorrência desses fenômenos sempre despertou curiosidade.

Durante a tempestade solar de 10 de maio, pessoas de diversos países observaram auroras no céu. Mas elas nem sempre são verdes como na maioria das fotos que você vê. Com isso, surgem diversas perguntas. Uma das mais comuns é: “Pensei que as auroras fossem verdes. Por que parecem vermelhas?”

Com o avanço da tecnologia, as câmeras se tornaram mais eficientes na captura de detalhes das auroras vermelhas. Durante eventos como a Tempestade de Halloween de 2003, foram fotografadas auroras vermelhas no extremo sul do Texas, nos Estados Unidos, e também durante as tempestades de 23 de março, 23 de abril e 5 de novembro de 2023 e 10 de maio de 2024.

Existem quatro maneiras principais pelas quais as auroras em latitudes mais baixas brilham em vermelho: uma envolve auroras regulares, enquanto as outras estão relacionadas a eventos especiais e raros. Neste artigo você vai ler sobre:

Auroras vermelhas

Partículas do campo magnético da Terra interagem com átomos e moléculas que emitem luz. Devido à forma como os átomos e as moléculas estão dispostos em camadas na atmosfera, as cores das auroras também estão em camadas. A área mais alta e menos densa, que contém átomos de oxigênio, brilha em vermelho e se estende por mais de 200 quilômetros de altura.

Quando algo está muito alto em altitude, é mais fácil ver de uma distância maior. Portanto, quanto mais alta a aurora, mais longe ela pode ser vista. Ao mesmo tempo, a superfície da Terra se curva, bloqueando parte da visão. Então, mesmo que uma aurora seja especialmente alta e brilhante, de longe você poderá ver apenas o topo dela: o vermelho da grande altitude no horizonte.

Grandes Auroras Vermelhas em Tempestades Intensas

As Grandes Auroras Vermelhas, também conhecidas como aurora “Tipo A”, costumam surgir durante tempestades intensas, sendo fenômenos brilhantes e breves no ápice da tempestade solar.

Embora não tenhamos total compreensão do porquê, os cientistas têm algumas teorias. Essas auroras estão ligadas a grandes quantidades de elétrons de baixa energia que, ao penetrarem na atmosfera superior, tendem a iluminar apenas a camada superior de átomos de oxigênio, devido à falta de energia para penetrar mais profundamente.

Além disso, essa intensa chuva de elétrons aquece a parte superior da atmosfera, provocando alterações na química que resultam na luz rubi característica dessas auroras, o que é incrivelmente brilhante. Devido à sua altitude, as Grandes Auroras Vermelhas são mais visíveis de longe do que as auroras verdes. Embora às vezes possam apresentar um pouco de verde abaixo delas, são difíceis de serem vistas a grandes distâncias devido à curvatura da Terra.

Arcos Vermelhos Aurorais Estáveis – SAR Arcs

Os arcos vermelhos aurorais estáveis, ou arcos SAR geralmente são difusos, escuros e invisíveis ao olho humano – a primeira vez que estudaram sobre ele foi em 1956. No entanto, durante tempestades intensas, eles ficam mais brilhantes.

Assim como os outros dois tipos, o vermelho dos arcos SAR vem do oxigênio de grande altitude, mas a mecânica que o provoca é diferente e tem a ver com o calor e a química na alta atmosfera e na parte interna do campo magnético da Terra. Um arco SAR ocorre em direção ao equador da aurora, em uma faixa que se estende de leste a oeste.

Airglow – Brilho Vermelho De Baixa Latitude

Um brilho vermelho de baixa latitude no céu noturno pode não ser uma aurora. Especialmente durante fortes tempestades solares, relatos históricos de navios, balões e aviões viajando pelas regiões equatoriais notaram luzes brilhantes vermelhas e verdes visíveis no céu. Essas luzes também foram fotografadas em locais de observatório e são um fenômeno diferente chamado “airglow”, que é causado pela química na alta atmosfera e peculiaridades naturais no campo magnético da Terra. O airglow também pode ser aumentado ou tornado mais intenso por tempestades geomagnéticas.