Antes de qualquer coisa é importante falar sobre o contexto histórico e cultural de adoração ao Sol. Diversas culturas nos quatro cantos da Terra antropomorfizaram o Sol como Deus, doador da vida, rei e salvador. Fato que influencia ainda hoje as festividades no mundo todo!
Obviamente que o Sol é fundamental para diversas formas de vida na Terra, e que muitas coisas relacionadas a ele são ainda um mistério! Por isso nossos cientistas estão afim de mergulhar em um voo frenético em torno dessa esfera quente que fusiona hidrogênio e hélio para nos manter vivos! 😀
A viagem começou…
No dia 9 de Fevereiro, direto de Cabo Canaveral – Flórida, em uma colaboração internacional entre NASA e ESA foi lançado o foguete Atlas V a caminho do sistema solar interior (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte).
Cerca de uma hora após a decolagem a espaçonave se separou do estágio superior do foguete, conforme planejado, estendeu seus painéis solares e enviou um sinal de volta à Terra informando que possuía energia.
Nos próximos dias, a embarcação estará ocupada implantando suas antenas de comunicação e seus vários instrumentos. O Solar Orbiter está em uma trajetória única que permitirá que seu conjunto de instrumentos capture as primeiras imagens dos pólos do Sol.
Durante os três primeiros meses de viagem os controladores da Solar Orbiter verificarão seus instrumentos científicos a fim de que tudo funcione corretamente.
O Solar Orbiter levará cerca de 2 anos para atingir sua órbita operacional ao redor do Sol e capturar as imagens que mais almejamos dos pólos solares. No entanto, durante esse período a espaçonave será capaz de enviar dados sobre o vento solar e as partículas energéticas provenientes dele. Isso porque o conjunto de instrumentos do Solar Orbiter combina dois modos diferentes de estudo: In situ, que medirá o ambiente ao redor da espaçonave; e sensoriamento remoto, que visualiza o sol à distância.
Durante os próximos 10 anos são esperadas 22 aproximações do Sol e vários sobrevoos em Vênus com auxilio da gravidade onde os primeiros grandes objetivos científicos serão alcançados, pois neste momento a espaçonave estará na posição correta para observar os pólos do Sol.
Como resistirá a condições extremas?
Ironicamente, uma espaçonave tecnologicamente sofisticada como a Solar Orbiter incorpora alguma tecnologia antiga. O revestimento final do lado protetor solar é o fosfato de cálcio preto, um material semelhante ao que os humanos usavam para fazer pinturas rupestres há milhares de anos.
O revestimento em pó não apenas resiste à quebra sob a intensa radiação ultravioleta do Sol, mas também é eficaz em liberar o calor de volta ao espaço. Com ele, o Solar Orbiter pode suportar temperaturas de até 970 ° F.
Trabalho em equipe
Em maio o Solar Orbiter trabalhará junto com a Parker Solar Probe da NASA para fornecer uma imagem completa dos processos do Sol, pois ambos possuem equipamentos semelhantes, o que torna os dados coletados mais precisos.
Os cientistas pretendem estabelecer uma relação de causa e efeito com o que acontece no Sol e o que acontece em um ambiente próximo ao nosso planeta. As informações coletadas ajudarão a entender melhor sobre o campo magnético, as manchas solares os níveis de radiação e material ejetado pelos ventos solares.
Esse material pode nos afetar aqui na Terra, criando as belas auroras e até interferindo nos sistemas de comunicação e nas redes de energia. Ao estudar o sol de perto, a Solar Orbiter ajudará os cientistas a entender melhor esses processos.
Esse tipo de colaboração continuará ao longo da próxima década, à medida que a NASA e a ESA trabalharem em conjunto para desvendar os mistérios de nosso Sol.
Enquanto isso esperamos ansiosos pelas notícias e imagens maravilhosas que essa missão nos promete!!!
Fontes: NASA/ESA/SPACE
