O rover Perseverance que chegou em Marte em fevereiro deste ano tem como objetivo central de sua missão a busca por sinais de vida antiga no planeta vermelho. Sua missão também exige uma tarefa desafiadora: coletar e armazenar amostras para um futuro retorno à Terra.
A Primeira Tentativa
Os passos a serem executados nesta tarefa consistem basicamente em perfurar o solo, coletar uma amostra de rocha marciana e então selar o tubo de amostragem.
No dia 6 de Agosto o rover da NASA perfurou o solo marciano dando início a sua primeira tentativa de coleta, mas os dados transmitidos de volta à Terra indicaram não haver qualquer conteúdo de rochas ou regolitos nos tubos de amostragem do Perseverance.
O sistema de amostragem e armazenamento do Perseverance usa uma broca de núcleo oca e uma broca percussiva na extremidade de seu braço robótico de 2 metros de comprimento para extrair as amostras. A telemetria do rover indicou que as brocas funcionaram como o esperado e que o processamento do tubo de amostras também parecia normal.
Este resultado – um buraco perfurado com sucesso, mas um tubo vazio – nunca foi encontrado durante os testes do sistema de amostragem na Terra.
Segundo a NASA, é pouco provável que seja um problema de hardware com o Sistema de Amostragem e Cache do Perseverance. Eles acreditam que o tubo vazio seja resultado de o alvo da rocha não reagir da maneira esperada durante a retirada do núcleo.
Próximos passos
Agora a equipe do rover vai analisar todos os dados possíveis para compreender perfeitamente o que ocorreu e dar os próximos passos.
A NASA pretende utilizar dados adicionais como fotos feitas pela câmera WATSON (Sensor Topográfico de Grande Angular para Operações e Engenharia) detalhando o buraco perfurado pelo rover Perseverance.
Missões anteriores da NASA em Marte também encontraram propriedades surpreendentes de rochas e regolitos durante a coleta de amostras e outras atividades. Em 2008, a missão Phoenix coletou amostras de solo “pegajoso” e difícil de mover para os instrumentos científicos a bordo, resultando em várias tentativas antes de alcançar o sucesso. O rover curiosity perfurou rochas que se mostraram mais duras e quebradiças do que o esperado. Mais recentemente, a sonda de calor da InSight não conseguiu penetrar na superfície marciana conforme planejado.
O plano da missão
O rover carrega 43 tubos de amostras, o plano da missão exige que o Perseverance preencha pelo menos 20 deles.
A incursão científica inicial do rover, que se estende por centenas de sóis (ou dias marcianos), estará completa quando o Perseverance retornar ao seu local de pouso. Nesse ponto, o Perseverance terá viajado entre 2,5 e 5 quilômetros e pode ter preenchido até oito de seus tubos de amostra.
Em seguida, o Perseverance viajará para o norte, depois para o oeste, em direção ao local de sua segunda campanha científica: a região do delta da cratera de Jezero. O delta são os restos em forma de leque da confluência de um antigo rio e um lago dentro da cratera de Jezero. Essa região pode ser especialmente rica em minerais carbonáticos. Na Terra, esses minerais podem preservar sinais fossilizados de vida microscópica antiga e estão associados a processos biológicos.
Marte continuará nos surpreendendo, e você não vai querer perder nenhum momento desta aventura incrível né? Siga o blog para ficar sempre por dentro das novidades! 😉
Você pode saber mais sobre o rover Perseverance clicando aqui
Fontes: nasa.gov/mars.nasa.gov
1 Comentário
Esperemos que não esgotem os tubos de amostra